Imagem de Free-Photos por Pixabay |
O amigão chamou o menino para dormir na casa dele. Foi muito legal. Comeram sanduíches, tomaram sorvete, jogaram videogame até tarde. Seria aquilo a felicidade? O menino ficou pensando, antes de dormir.
No dia seguinte, foram tomar café com a família do amigo. O pai do amigo não estava, mas chegou ainda no meio do café da manhã. Ele passou a mão na cabeça do amigo, fazendo um cafuné nos cabelos bagunçados dele. Chamou o amigo de "filhão".
O menino sentiu uma coisa estranha no peito. Um tipo de buraco. Não conseguia se lembrar do seu pai. Nem sabia se tinha pai. Ficou na dúvida, perguntando para si mesmo se ele tinha ou não tinha pai. E se ele não tivesse pai? O que ele teria feito de errado para não merecer um pai?
E foi nessa hora que o menino entendeu. Foi nessa hora que ele descobriu que felicidade era ter um carinho como aquele. Felicidade era ter um pai pra chamar a gente de "filhão".
Felicidade dessa é algo raro.
ResponderExcluirEste texto... dói. Embora seja difícil acessar a dor do outro, a literatura possibilita essa aproximação, esse olhar pelos olhos do narrador. Texto forte, bonito e doloroso.
ResponderExcluirE foi nessa hora que o menino entendeu. Foi nessa hora que ele descobriu que felicidade era algo grande demais para ser uma coisa só. De repente, uma felicidade era ter um pai pra chamar a gente de "filhão".
ResponderExcluir