Os portões foram abertos. De dentro surgiram rapidamente homens
montados a cavalo, que circundaram os supostos camponeses,
deixando-os isolados das carroças. O chiado das espadas sendo
desembainhadas ecoou em coro. Um homem alto, loiro, guiou seu cavalo
até parar à frente de Balgata, que segurava em sua mão direita um
pequeno saco de couro. O bandido parecia ser tão alto quanto o
capitão, e a montaria acentuava seu tamanho de forma assustadora.
Estava coberto de uma bela cota de malha e a empunhadura prateada de
sua espada refulgia. Seu rosto era longo, com as faces levemente
encovadas e os olhos pequenos e estreitos. O cabelo loiro estava
muito bem aparado e o homem cobria-se com uma capa verde-musgo
impecável. Suas botas de cano longo, com caneleiras de ferro, eram
novas. Era o segundo no comando do bando, homem de confiança de
Berak, e agora usava uma das melhores vestimentas do Conde de Arnoll.
– Deixa eu ver seu pagamento, homem! – disse o cavaleiro, tomando
o saco da mão do capitão com a ponta de sua espada. Balgata manteve
silêncio.
O homem abriu avidamente o saco de couro. Sua expressão de ganância
foi desaparecendo e dando lugar a perplexidade. Ele voltou o rosto
indignado a Balgata.
– Que merda e essa?! – Perguntou, lançando o saco de couro aos
pés de Balgata.
Dentro do saco estavam guardadas diversas pontas de metal, usadas
para as flechas dos arqueiros. Furioso, o bandido ordenou ataque.
Balgata, em contrapartida, bradou:
– Formação circular, homens! Unir escudos!
Instantaneamente, dos trapos velhos surgiram escudos que se uniram,
formando uma barreira contra as lâminas inimigas. Sobre a cabeça
daqueles que fechavam os escudos, os arqueiros ergueram-se e
iniciaram seus disparos. Pela proximidade dos inimigos, não havia
como errar. Duas supostas crianças, robustas, retiraram suas capas,
revelando suas barbas grisalhas, e lançaram suas esferas explosivas
contra alguns homens perto do portão. A explosão levou consigo três
bandidos, deixando dois seriamente feridos. Os cavalos dos demais se
assustaram com o estrondo e empinaram, relinchando. Homens caíram
para a morte sob as espadas dos atacantes. O bandido loiro também
foi derrubado, mas conseguiu se defender com habilidade, puxando o
seu escudo redondo para junto do corpo e bloqueando a espada de
Balgata. O capitão trocou golpes rápidos com seu oponente, fazendo
as lâminas emitirem sons agudos e melancólicos. Era o choro da
morte. Com habilidade, Balgata rebateu a estocada veloz e tratou de
enfiar a lâmina de sua espada no ventre do inimigo, aquele homem
alto e loiro que logo abandonou sua expressão altiva. O capitão
lançou o corpanzil do oponente contra os demais bandidos e deu um
brado de guerra, dando alguns passos para trás, de volta à relativa
segurança da formação de escudos.
O assalto começara. Agora faltava a ajuda de Seridath e seus
malignos servos.
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário