Ninguém pode negar que A Batalha do Apocalipse seja um sucesso editorial. Com mais de 300 mil exemplares vendidos, este romance de Eduardo Spohr tem feito cada vez mais leitores. Gostaria, porém, de compartilhar alguns desconfortos que surgiram com minha leitura.
A trama gira em torno do anjo renegado Ablon, um querubim (anjo guerreiro), que teria sido expulso do céu ao desafiar o Arcanjo Miguel, junto com outros 17 anjos. Ablon e seus companheiros haviam formado uma irmandade que pretendia se insurgir contra o líder dos anjos, uma vez que Miguel planejava destruir a humanidade. Descoberta a conspiração, Ablon e seus companheiros são expulsos do céu, encerrados em corpos físicos e obrigados a vagar por toda a história da humanidade, sempre caçados por seus antigos companheiros. Em suas peregrinações, assumindo uma atitude de respeito à vida humana, Ablon conhece Shamira, uma habilidosa feiticeira, que seria sua mais poderosa aliada durante sua passagem pela terra.
Não posso negar que a ideia central da trama é muito boa. Afinal, quem não se sente atraído por uma guerra cósmica entre os próprios anjos? Contudo, acredito que Eduardo Spohr poderia ter sido um pouco mais cuidadoso com seu texto. A narrativa se arrasta desnecessariamente por longos trechos. Em momentos cruciais, contudo, a escrita fica corrida, como se tivesse sido feita com pressa. Outro problema é a linguagem grandiloquente, que considerei desnecessária e quase caricatural.
Os problemas, porém, não param por aí. O texto ora é narrado por um narrador onisciente neutro, ora por Ablon. Essas mudanças de narrador soam um pouco forçadas. Spohr também acaba sendo descuidado no enredo, pois permite erros de sequência e lógica (como no momento em que Ablon, desmaiado, consegue narrar o que dois demônios falam sobre ele). Esses erros poderiam ser evitados mediante uma leitura mais cuidadosa por parte do autor.
Em todo o caso, existem pontos fortes no livro, que são as sequências de ação, criadas de uma forma meticulosa. Dessa forma, quem procura uma boa dose de aventura, pode encontrá-la em A Batalha do Apocalipse. O desfecho que Spohr criou para a guerra entre os anjos também soa coerente, embora não o pareça para os leitores mais desavisados.
Dessa forma, considero A Batalha do Apocalipse uma obra irregular e incompleta. Não pretendo aqui julgar o mérito ou relevância do trabalho de Spohr. Além do mais, acredito que toda a obra é de certa forma incompleta, algumas mais e outras menos.
Ficha Técnica
Título: A Batalha do Apocalipse
Autor: Eduardo Spohr
Editora: Verus
ISBN: 9788576860761
Ano: 2010
Páginas: 586
Autor: Eduardo Spohr
Editora: Verus
ISBN: 9788576860761
Ano: 2010
Páginas: 586
Link para a página no Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/1322
Você se lembra quando começou a ler Alice? Lembro justamente de seus comentários sobre Alice parecer onipresente! rsrsrs Bom.. por isso que eu gostava de seus comentários, pois eles me ajudavam um bocado, passei até a ser mais cuidadosa com sua leitura sempre presente para tentar evitar erros de sequência. Mas, agora é a vez do Tyr ser revisado, depois será a vez de Alice ser revisada. ;)
ResponderExcluirObrigada por tudo!
Oi Nerito!
ResponderExcluirEu gostei bastante desse livro, mas concordo, às vezes ele se arrasta. Demora para engrenar, mas depois que engata, vai. O outro dele, Filhos do Eden, é mais legal, a leitura é mais fluida. E também achei que ficou meio sem fim, acho até que ele deu um gancho para uma possível continuação.
Beijos!
Fê
"Não pretendo aqui julgar o mérito ou relevância..."
ResponderExcluirBonito jeito de dizer que achou o livro "uma merda desnecessária. Spohr poderia ter nos poupado."