Sonhei que trabalhava na Petrobrás. A caminho do trabalho, vi o Paulo Roberto Costa com uma mala enorme pendurada às costas. Era a propina que ele não largava por nada. Ele esperava na calçada, do lado de fora da estatal, aguardando mais uma enorme remessa de dinheiro. Fugi como se ele fosse o Bicho Papão.
Subitamente, um pelotão enorme de repórteres e jornalistas se aglomeraram em frente à porta da estatal, tentando entrevistar o Paulo Roberto Costa sobre a enorme mala que ele levava. Outros executivos tentavam entrar na empresa, sendo impedidos de acessá-la enquanto não respondessem suas perguntas. Era uma multidão tão grande que nem os funcionários mais simples - e entre eles eu - não conseguiam acessar o trabalho.
Surge então um táxi. Não era branco, como os táxis de Belo Horizonte, mas era amarelo com uma faixa azul, como usualmente era comum no Rio. Os repórteres correm na direção do veículo e logo entendi que se tratava de algum figurão. O carro parou, mas seu passageiro não desembarcou e por isso, logo em seguida, o táxi partiu. Eu sabia que o passageiro, o tal figurão, procuraria uma entrada mais discreta.
Eu finalmente consegui entrar na Petrobrás. Curiosamente, ela se parecia como um daqueles condomínios de baixo custo situados em muitos bairros de periferia. Enquanto buscava meu local de trabalho, eu falava do meu desconforto como funcionário de carreira, da vergonha em ter meu nome ligado à empresa, do repúdio e da decepção quanto aos escândalos escamoteados.
Sou então barrado por um segurança que faz questão de examinar meu crachá e usar sua posição de poder para me humilhar. Eu havia acessado a empresa por uma portaria normalmente usada pelos figurões, algo que eu não teria autorização para fazer.
Então acordei, sentindo um leve desconforto, uma sensação de injustiça, de perplexidade. E de todas as sensações que tive, concluí que nem sempre seremos arrancados de um sonho ruim através de gritos assustados ou sobressaltos.
Pesadelos também podem ser sutis.
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