E o outono tem sempre
esse gosto de fim, que te aniquila.
O vento escuro suga tua alma
(aberta confusamente)
para a solidão das pedras frias: a matéria triste das montanhas.
Melancolias alcoólicas te povoam.
Bolhas de sonhos explodem no ventre
infecundo das estrelas.
Em vão, estendes os braços trágicos
a procura da alavanca que possa
frear o irreversivel.
Estás só, estática esfinge
sem enigma.
Deserto, Simone Teodoro. In: Distraídas astronautas, São Paulo: Editora Patuá.
Blog da autora: http://calidapoesia.blogspot.com.br/
Fanpage do livro: https://www.facebook.com/distraidasastronautas
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