O que eu não tenho? O que me falta para que as pessoas continuem lendo o que escrevo?
Lancei essas perguntas no Twitter, uns dias atrás. Ninguém respondeu.
Pensando nessas questões, comecei a me perguntar se não me faltaria relevância no que escrevo.
Sempre que entro neste blog, sinto uma enorme angústia. Quero escrever, mas para ser lido, não apenas como um exercício vazio. Toda escrita pressupõe um leitor. É como se a gente escrevesse cartas para o futuro, lançados no mar dentro de uma garrafa. Nossa esperança é que alguém encontre a garrafa, leia e guarde a carta; ou a responda; ou melhor ainda, passe para outra pessoa essa carta. Neste mundo digital, de pouco conteúdo criado e muita coisa reciclada, é um desafio enorme a gente viralizar um texto. É quase como um milagre.
Mas retorno à pergunta: o que me falta? Este blog tem mais de dez anos de existência, com mais de novecentas postagens, entre resenhas, contos, crônicas e até duas narrativas serializadas. Então, com tanto conteúdo próprio, o que falta para as pessoas lerem? Será um visual novo? Ou talvez um maior investimento na divulgação? Talvez o maior problema seja justamente o conteúdo. Aí isso é motivo para fechar a firma: encerrar o blog para sempre.
Mas este lugar não deixa de ser também um estúdio de experimentações. Nele, exercito a minha escrita de forma live e artística. Procuro, com diligência, escrever aqui com uma certa regularidade. Bem, acho que essa última frase merece uma revisão. Afinal, o blog sempre teve seus altos e baixos. Infelizmente, frequência nunca foi muito o seu forte.
Agora, é como o dilema de Tostines. O blog é mais visitado porque tem mais conteúdo ou tem mais conteúdo porque é mais visitado? E claro que muitas vezes eu tenho escrito contos, crônicas, poesia, resenhas e não recebo um comentário sequer de retorno. Isso me angustia.
Enfim, não sei dizer como sair desse impasse. Se ao menos as pessoas comentassem e compartilhassem meus textos, eu me sentiria bem mais amparado. Ter algum tipo de retorno palpável é o mínimo para compensar tanto trabalho e reflexão. Por isso, deixo às pessoas que me leem a pergunta como uma provocação: para você continuar lendo o que escrevo, para você se sentir estimulado a voltar e continuar por aqui, o que é preciso que eu faça?
"Toda escrita pressupõe um leitor"... Ainda que ele não exista.
ResponderExcluirLeitura x escrita x produção são três coisas ainda muito diferentes, que se entrelaçam, mas não estão, necessariamente correlacionadas.
O blog, por exemplo, é um formato que caiu em desuso, alcança pouca gente... Seus textos me chegarem por e-mail (outra tecnologia que já não tem o mesmo alcance) é um bom recurso pra que eu continue a te acompanhar. Mas há muito mais por trás. E você sabe, a continuidade da produção vem mais do desejo de produzir do que, necessariamente, de um retorno de público ou mercado...
Público x mercado. Eita combinação cruel! Eu estava conversando com a Norma de Souza Lopes sobre isso e ela disse que nossos blogs são nossos arquivos. Quem sabe a gente consegue ressuscitar os blogs? Aina acredito em angariar leitores por ele, por mais que a maioria dos acessos sejam de robôs.
ExcluirDepois pensei o quanto eu fui cruel com a minha escrita. Afinal, a prática não é vazia, ela tem um significado em si. Outra questão que eu comecei a pensar agora é a seguinte: as pessoas podem chegar aqui e dizer o que elas querem que eu faça. E se eu fizer e não adiantar? Ou se elas propuserem algo que não seja alinhado com o meu pensamento? E se? Sei lá... acho que esse texto nasceu muito problemático, mas valeu a reflexão. Acho que é isso.
Por fim, penso muito no que você diz sobre a pessoa se apropriar da prática de escrita como um violonista que toca violão em seu lar, para seu próprio deleite. Que minha escrita seja pelo menos para o meu deleite. Hehehe...
Uma mãe continua sempre amando um filho... O escritor continua sempre escrevendo... Lembra do poema do poeta esquecido do poema escondido que nunca foi lido ou nunca será!? Guardado no fundo do baú ou da alma, ele fala de tudo do mundo e do mar... Mas está tão escondido... Que nunca foi lido ou nunca será...
ResponderExcluirSim, eu me lembro tão bem... Amo esse poema que me foi tantas vezes recitado, que ficou guardando no fundo da minha alma, do baú do meu coração.
ExcluirTambém me lembro desse ;)
ExcluirOu seja, continue escrevendo, continue criando, continue parindo seus filhos.
ResponderExcluirPode deixar que continuarei! <3
ExcluirAdorei a publicação que muito gostei de ver, e ler. Quero deixar votos de um FELIZ E SANTO NATAL, extensivo à sua família e amigos
ResponderExcluir.
Poema de Natal: “” Jesus, é a luz, o caminho “”
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
Oi, Muka. Refletir e se autoavaliar é sempre bom, o que tenho, particularmente, aprendido é fazer isso com leveza, sem cobranças tanto para si quanto para o outro. Escreva e se expresse sim. Se houver respostas, tudo bem. Se não houver, tudo bem também. Amo vc ;)
ResponderExcluirObrigado, Suka. Adorei sua recomendação. Está vindo de encontro com o que eu andei pensando depois de escrever esta crônica. Beijo. Amo você também!
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