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Eu amo ler. E acho que ler é um ato de amor. De autoamor, principalmente. Mas também um ato de amor para com alguém desconhecido. Um amor clandestino e estranho. Afinal, a gente está dando um pouco do nosso tempo, que é algo que a gente tem de mais precioso, para ler as palavras dessa pessoa. Para entrar em contato com o seus ensinamentos e ideias. E por mais que a gente tenha o nome dessa pessoa, conheça a sua biografia e tal, ela é uma estranha. A não ser no caso de cartas. Aí esse amor não é clandestino ou estranho. Isso, geralmente. Pode ser que o seja mesmo assim.
Mas por que ler é um ato de autoamor? Porque quando a gente lê, está investindo tempo de qualidade em si mesmo. Ler não é se distrair, mas inaugurar um espaço íntimo de encontro consigo. Através da leitura, a gente está investindo em nossa imaginação, enriquecendo nossa criatividade. Através da leitura, estamos criando conexões neurais que são fundamentais para a nossa saúde mental. Além disso, é através da leitura que a gente entra em contato com experiências que muitas vezes seria impossível ter. Nossa mente é reconfigurada quando lemos. Ainda mais quando é literatura.
Voltando à questão da leitura como um ato de amor, considero que a escrita também o seja. Não há leitura sem escrita, apesar de existir a leitura do mundo, tão defendida por Paulo Freire. Não questiono o grande mestre e educador. Porém, quando falamos de leitura literária, não tem como considerá-la sem o gesto de escrever. E esse é também um ato de amor. É só a gente pensar nos grandes filósofos, nos grandes professores, naqueles que buscam investigar o mundo e não apenas adquirir conhecimento, mas compartilhá-lo através de palavras, sentenças, cadeias textuais discursivas.
E quando penso em literatura, penso naquelas pessoas que separam seu tempo para escrever a um destinatário ignorado um poema, um conto, uma crônica. Essa pessoa está demonstrando um profundo amor à humanidade. Como o escritor Tiago Novaes disse, existem várias formas de demonstrar esse amor na escrita. Penso que toda escrita é um ato de sedução, pois é um amor que espera ser correspondido. A Literatura quer ser lida, acima de tudo.
Faço minhas as tuas palavras!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
Oi!
ResponderExcluirAdorei a reflexão, e também penso que hobbies em geral são um ato de autoamor, pois é um investimento apenas para a própria alegria.
https://deiumjeito.blogspot.com/
Agora, relendo o texto, penso que talvez seja possível sim imaginar o ato de ler fora do ato de escrever. O que vocês acham?
ResponderExcluirBelas palavras! Não fosse a leitura, e a escrita, acho que não teria conseguido salvar a mim mesma. Teria sido carregada pelo mundo, afogada em superficialidades.
ResponderExcluirO Mente Hipercriativa já está de volta!
Aguardo sua visita!
Até breve;
Helaina (Escritora || Blogueira)
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